Gastronomia: Carne de rês
Artesanato: Mantas de retalhos, bordados e latoaria
Colectividades: Filarmónica de Verdelhos, Associação Desportiva e Cultural de Verdelhos, Grupo de Danças das Trancas e Rancho Folclórico Estrela da Beira
A quinze quilómetros da sede do concelho, Verdelhos é constituída pelos lugares de Barreiros, Cova, Sarnadas e Verdelhos. A freguesia situa-se na margem direita do rio Zêzere (é a primeira da freguesia da parte direita do rio), no extremo norte do concelho, nas dobras da Serra da Estrela e entre dois montes do vale do rio Bejames. Este, que nasce nove quilómetros para poente, atravessa a freguesia. A uma altitude de mais de 500 metros, tem uma área de mais de 31 Km2.
O nome da freguesia, Verdelhos, está relacionado com uma característica dominante da sua paisagem, que na época de fundação da freguesia ainda devia ser mais marcante: o verde. Refere a "Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira" em relação ao assunto: "(Relaciona-se) com o termo verde, talvez no antigo e ainda de todo não extinto sentido de campo de erva ou de pastagem - aqui, "pequenos verdes" (sufixo - elho) e em acordo com a zona pastoril da Serra da Estrela.
O topónimo deve, pois, aproximar-se, em sentido, de outros como Verdeal, Verdoejo, Verdugo, etc. Estes topónimos, bem como outros da Idade Média (Arrancosa, de sentido pouco claro, mas talvez referente à vegetação, Barreiros, etc), remontarão, quanto mais antigos, ao século XII, quando se aforou Valhelhas e seu termo, a que Verdelhos pertenceu desde logo, pois que o povoamento do território desta freguesia poucas probabilidades tem de ser anterior."
Ao contrário do que refere a "Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira", pela pena do inefável A. A. Almeida Fernandes, existem em Verdelhos vestígios de povoamento pré-histórico. Numa expedição científica à Serra da Estrela, realizada em 1881, foram encontrados alguns vestígios de um castro luso-romano, o que prova que desde cedo o homem se fixou por aqui.
No século XIII, Verdelhos era já uma das paróquias iniciais da terra de Trassera, em cujo extremo norte se situava. Isso significa a precoce instituição da freguesia e da paróquia. No seu lugar principal, ergueu-se então um templo, que certamente não é o mesmo de hoje, dedicado ao padroeiro da freguesia, São Pedro.
A paróquia de Verdelhos já aparece, desta forma, no arrolamento mandado efectuar por D. Dinis em 1320-21 entre as chamadas "igrejas da Covilhã". Estava taxada, nessa altura, em vinte libras (quantia que, naquele contexto, era pouco significativa) e era uma igreja católica.
No século XVIII, Verdelhos era um priorado da apresentação do capitão-mor de Gonçalo, freguesia do concelho e distrito da Guarda. Tinha o pároco local a renda anual de cento e sessenta mil réis. Em termos administrativos, a freguesia pertenceu a Valhelhas até 24 de Outubro de 1855, passando nesta data, por extinção daquele concelho, para o da Covilhã.
A igreja paroquial, dedicada a São Pedro, é o maior bem patrimonial da freguesia de Verdelhos, não se sabe quando foi construída, já que o documento mais antigo data apenas de 1804.
A capela de São Romão encontra-se a um kilómetro (1Km), da povoação, tendo sido erguida de forma a servir de barreira à passagem de cães para a sede da freguesia, já que nessa altura grassava uma peste terrível. Ainda uma referência para a capela de Santo António, edificada junto ao cemitério e datando de 1760. Muito antiga é a ponte para o rio Bejames.
Em termos económicos, o destaque vai para o sector primário. Na agricultura, os principais produtos cultivados são o milho, a batata e o feijão. Na pecuária, o gado ovino e caprino. Aliás, em 1940 a freguesia tinha o maior contingente de ovelhas e cabras de todo o concelho, facto que ainda acontecia em 1970. Quanto à indústria, tem vindo a desenvolver-se e a diversificar-se nos últimos anos.
De referir ainda o livro "Verdelhos - Belezas e Factos", publicado em Outubro de 1996 por Adelino Pais Fernandes, obra monográfica em que se faz um relance da história da freguesia e do seu risonho presente. Um contributo importante, dir-se-ia até fundamental, para a bibliografia sobre Verdelhos.